segunda-feira, 7 de julho de 2014

Portugal - Lisboa - 2014

Cá estou eu na terrinha de meus antepassados (pelo menos de um quarto deles)
O Campo Grande é o maior parque de Lisboa, ladeia os edifícios da Universidade de Lisboa, é zona de ciclismo, corridas e caminhadas.

Procurei alojamento meio em cima da hora por conta de uns problemas com o computador, pesquisei pelo site de alojamentos www.airbnb.com onde pessoas que tem quartos ou casas inteiras para alugar colocam anúncios - achei várias, mas nenhuma com ar condicionado nem ventilador; uma me disse que havia uma janela no telhado (?), outro que me arrumaria um ventilador se eu fizesse questão...Esses europeus acham o máximo passar calor, mas houve uma onda quente muito forte em maio. Procurei pelo site www.booking.com e os hotéis estavam pela hora da morte. Foi minha filha, com um bom computador e tempo, que, lá da Asutrália, garimpou uma promoção para mim no Lisbon City Hotel - é preciso garimpar, em cima da hora, quando eles se vêem meio vazios, abaixam os preços, mas não recomendo este técnica, se os hotéis todos ficarem lotados, você terá que paga ainda mais caro! Enfim, para mim, funcionou, e estou aqui por 60 euros a diária, café a 7 euros à parte, como eu como pouco não compensa.

Escolha do hotel - pelas proximidades do Chiado e Bairro Alto, que é onde estão as atrações de rua. O bairro de Belém é longe demais, é melhor pegar um tours e ir para lá 2 dias seguidos pra ver tudo o que interessar, tem muito coisa, mas não achei que valesse a pena ficar lá.

Alimentação aqui é metade do preço de Nice. Cerejas em Nice, 8 euros/kg, cerejas em Lisboa, 2 euros/kg. No chiado, então, é inacreditável: 1,2 euros um caldo verde!


Praça da Figueira, ao alto o Castelo de São Jorge.
Arco da rua Augusta, e Terreiro do Paço; em primeiro plano a estátua de D. José.

Bem, cheguei e fui checar as redondezas, passei pela praça da Fiqueira, onde está a estátua de D. Pedro IV, e daí à praça D. Pedro IV, antigo Rossio, onde não há nenhuma estátua de D. Pedro (soa familiar para quem mora em Santos? Está explicado o que acontece com nossas praças, é herança lusitana.) Olhando para o alto, posso ver um belo castelo embandeirado, que é o Castelo de São Jorge. À noite, iluminado, fica bem bonito. Fui ao Tejo, pela porta do Arco, e pelo caminho, comprei um pastel de nata bem gostoso por 1 euro em uma barraquinha.


Este doce português de feijão á amarelo e tem gosto de queijadinha, recheio à base de creme de ovos como na maioria dos doces, cremosos e deliciosos.

Na praça do Rossio -  embora o nome oficial seja D. Pedro IV, passam várias linhas de turismo, a yellowtours, mais cara, a Lisbontours que oferece o melhor preço, e a Officail seesighng line, com trajeto e preços semelhantes. A Lisbon oferece melhores descontos para quem combina mais de uma linha. Todas oferecem descontos em algumas entradas - como eu estava com carteirinha de estudante, para mim compensou mais usar a carteirinha. (viva a Alliance Française, que não colocou data na carteira!)



Pontos de interesse.
Arco da Rua Augusta - com acesso a um fabuloso miradouro que proporciona aos visitantes uma panorâmica única sobre a cidade.
Acessível através de um elevador, cuja entrada se localiza na Rua Augusta, o miradouro que se encontra no topo deste monumento oferece uma vista deslumbrante sobre a emblemática praça do Terreiro do Paço, a Baixa Pombalina, a Sé, o Castelo de São Jorge e o rio Tejo.

E com o mesmo esplendor de outrora, na parte superior do Arco é possível observar as esculturas de Célestin Anatole Calmels representando a Glória, coroando o Génio e o Valor.
Já no plano inferior, encontram-se esculturas de Vítor Bastos, que representam as personalidades históricas de Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama e Marquês de Pombal.


Compre o passe combinado para o museu Memórias da Cidade, cuja entrada fica ao lado esquerdo do Paço - também conhecido como Praça do Comércio. Foi o melhor museu que visitei, pois é como um espetáculo em que nós, personagens vamos andando e participando dos acontecimentos projetados na tela, incluindo o terremoto de 1755. A passagem pelo armazém do cais é bem legal, pois há os aromas de especiarias, café etc O percurso todo demora uma hora, começa nos fenícios, passa pelos romanos, mouros, cruzados... vinte séculos de fatos e mitos; termina por um filme em tamanho real tridimensional no Terreiro do Paço, rememorando o marquês de Pombal, a revolução dos cravos, e diversos festivais populares atuais. O filme que representa as discussões sobre o plano de reonstrução de Lisboa após o terremoto é bem interessante, com a demonstração das estruturas em gaiolas utilizadas na reconstrução da cidade, e que são pioneiras nas edificações antissísmicas.

Restaurante Estrela - na esquina do Terreiro do Paço, serve um bolinho de bacalhau recheado com queijo da serra (daí o nome, queijo da serra da Estrela) que é tudo de bom.... acompanhado com choppinho da casa...



Museu da Cidade
Museu da Cidade - fica no Campo Grande, longe da parte histórica. Vale a pena ir de metrô.
Para quem gosta de arqueologia, é bem interessante, com materiais desde o paleolítico. O edifício em si mesmo é bonito; trata-se do Palácio Pimenta, construído no século XVIII.e tem uma parte azulejada bem interessante. Há planos da canalização da água de Lisboa depois do terremoto, planejada pelo Marquês de Pombal.

Outro ponto interessante, ainda nas alas deste museu,  é a coleção de imagens caricaturescas de João Abel Manta, muito conhecido pelas charges com que combateu a ditadura, e do pintor Almada Negreiro.
Ao fundo do museu, há o jardim de buxo, cheio de pavões, uma fonte, alamedas de plantas. Ao fundo, outra exposição, desta vez fotográfica, de Artur Pastor, conhecido pelas fotos com que documentou os trabalhadores portugueses, e cujo acervo foi comprado pela prefeitura após sua morte.

Museu do Fado - na praça do Comércio, há discos, fotos, filmes, indicações dos restaurantes lisboetas que apresentam shows musicais.

Chiado - tem restaurantes com comida típica, bem mais barato, no largo do Chiado, ao lado do Restaurante A Brasileira (homenagem a Amália Rodrigues) está a famosa estátua do poeta Fernando Pessoa, com uma cadeirinha para quem quiser sentar-se e tirar foto (pena que eu estava sozinha...)
No Armazém do Chiado (para eles armazém é um centro de compras) estão as lojas de griffe, e importadas, para alegria dos aficcionados de compras.

Bairro Alto - pode-se ir a pé ou usar o elevador da Santa Justa - é pago, mas o problema maior é a demora: 10 minutos entre uma viagem e outra, e dá para subir em 3 minutos pela escada.
Ao chegar lá no alto, além de uma vista de mirante, pode-se visitar as ruínas da Igreja do Carmo, cujo teto desabou durante o terremoto de 1755. Os lisboetas optaram por não reconstruir, e fizeram aí um sítio arqueológico para rememorar o ocorrido.

                  


Cais do Sodré - aí se pegam os passeios de barco, turísticos ou normais, pelo Tejo. Uma vaigem normal custa 1 euro e deixa o turista em alguma cidade do outro lado do Tejo. Os turísticos passeiam até a foz do tejo, passando pela Torre de Belém, duram cerca de 1 hora e custam cerca de 10 euros,

Utilizando as linhas turísticas para ter uma idéia de onde voltar depois, com mais calma:

Linha verde - Castelo.
 fiz o primeiro passeio pelas ruas do centro, passando pelo bairro do Alfama e inda até o Castelo São Jorge. Os lisboetas chamam-no de A Muralha, e quando entrei lá, entendi porquê. É um sítio arqueológico - com algumas partes bem arruinadas, sua fundação data do século XI, onde haviam senhores locais; em 1147, Alfonso Henriques conquistou Portugal e fez do castelo a residência real, assim permanecendo até o século XVI.
Mais tarde, sobre domínio espanhol e mouro, o castelo foi utilisaco como caserna e sofreu algumas reformas, todas destruídas com o terremoto de 1755. Foi no século XX que um trabalho de reconstrução permitiu o achado de suas bases, e ele foi tombado por decreto real.

Castelo, visto da Mouraria.
Toda a muralha, com suas ameias, pisos e escadas, estão quase intactas.
Está bem preservada a Sala do Tesouro, onde se guardavam, é claro, os tesouros da coroa.
esta sala, atualmente, é utilisada como Câmara Obscura - é o mesmo que a Câmara escura de uma máquina fotográfica antiga, sua lente e espelho estão afixados a um periscópio no alto do castelo, e a imagem é projetada em um anteparo côncavo suspenso na sala. E muito interessante, pois o guia nos mostra os locais turísticos, Almada, o rio Tejo, e vai contando sobre a História da cidade.

Há uma sala de exposição permanente com achados arqueológicos que começam no paleolítico, passam pelos fenícios, romanos, gaélicos...
O centro do castelo, totalmente em ruínas, é enorme.
A vista da cidade lá do alto é maravilhosa, e em volta tem lojinhas com artigos protugueses, lembrancinhas, lanchonetes etc...



A subida para o castelo começa em Alfama, em um mirante lindo chamado Porta do Sol. Avista-se o Tejo, e entre as casinhas, sobressai a torre da Igreja de São Vicente, padroeiro de Lisboa.
Por uma íngreme escadinha, há acesso ao bairro e suas ruelas.

Praça dos Restauradores - a uma quadra do Rossio.
 em frente à Estação de Comboios.

Praça do Comércio - onde está a Casa dos Bicos, com o acêrvo do escritor José Saramago.
Linha vermelha - Belém.
É um trajeto longo que oferece muitas opções, desde zoológico a passeio de barco pelo Tejo, desde que você saiba que os passeios existem, e os horários dos barcos e se programe para estar lá no horário da partida.
O grande lance é o Mosteiro dos Jerônimos e suas imediações, vou colocar um artigo só sobre o bairro de Belém, pois é muita coisa.
Na praça da Estrela, o turista pode acessar a Casa de Fernando Pessoa - é uma fundação cultural. Fica a apenas duas quadras do ponto, que é em frente à praça da Estrela. O motorista não sabia informar, o portugues da lanchonete onde almocei me disse que era seguir toda a vida pela esquerda até a rotunda, depois seguir em frente direto até...virgem Maria, deve ser longe! Nada, 'so 15 minutinhos a pé... No calorão da tarde?... No fim, o 'toda a vida'dele eram 2 quadras e a a Casa ficava no meio do primeiro bloco, bem pertinho mesmo...
Na praça do Marquês de Pombal há muitos bancos, inclusive o do Brasil, e acesso a um parque imenso com 'estufas frias, quentes e doces', para os apreciadores de plantas, mas aviso: o parque é ladeira acima!
Também passamos em frente ao Edifício das Touradas - um prédio bem interessante do ponto de vista arquitetônico.
No trajeto da linha, é possível acessar vários museus, como o do Fado, de Arte Popular, de Arte Moderna, da Eletricidade, Fundação José Saramago (que eles chamam de Casa dos Bicos), e também o Planetário, porém, simplesmente não há tempo de fazer tudo. Agora que vi o que me interessava mais, vou procurar como ir de metrô ou ônibus para um desses locais.

O elétrico 28 - é uma linha turística que custa 2,80 euros e faz um percurso pelos principais pontos turísticos. Você pode pagar apenas 1 euro por viagem, se comprar o passe recarregável antes de subir no ponto, nos postos turísticos. O passe recarregável também pode seu usado no metrô.

Passe Lisboa - não vale a pena. pois dura apenas 48 horas, e a maioria das atrações fica em torno dos 3 euros, mais barato quando compra duas combinadas, e se você for estudante, então, fica mais em conta ainda.


Problemas com a operadora Lisbon - o motorista é só o motorista, não tente perguntar a ele nada sobre o trajeto pois ele não sabe. Um deles me disse que, para ir à casa de Fernando Pessoa, que constava de um dos pontos, eu devia descer e perguntar que rua, pois era ali perto e alguém deveria conhecer ! Ao desembarcar no ponto do Castelo, eu tive de perguntar, e ele me olhou como se fossse óbvio que era subindo por ali! Pior foram 3 belgas, a quem ele falou em portugues e ficaram lá paradas, com cara de abobrinha, aí eu perguntei a elas se haviam entendido e elas me disseram que não, ele havia falado muito rápido e elas não haviam entendido. Comecei a conversar com elas - tinham um inglês básico, um francês mais básico ainda, e falavam alemão e o flamengo lá deles. O motorista só pára no ponto se alguém tocar, diferentemente de outros países, onde o ônibus sempre pára e o motorista explica em alto e bom som, onde o turista pode ir dali. Eu só descobri depois de perder o Chiado, mas não me incomodei porque do meu hotel dá pra ir andando em 10 minutos.


Problemas com a cidade - todo mundo te recomenda cautela com a bolsa. Gente pobre pedindo esmolas por todo canto, ciganas querendo vender xales e pulseiras e perseguindo os turistas pelas calçadas do Belém, Pelo sim, pelo não, evitei usar o metrô (o balconista do hotel me aconselhou a pegar em outra estação pois  a daqui da frente não é muito segura). Crianças (aí de uns 6 a 8 anos0 trabalando em algumas quitandas e bares, meia sujinhas e com aquela carinha triste que a gente detesta ver aí no Brasil).

Ruas da cidade baixa e bairros históricos - cuidado, eles usam umas pedras para fazer as guias das calçadas que são verdadeios sabões! E as pedrinhas tem muito espaço vazio entre elas, evite os saltos altos e aposte nos tênis e rasteirinhas. Além dos buracos, as pedras de calçadas e leitos carroçàveis (ruas) tem alturas diferentes, são colocadas de modo enviesado, piores, mas muito piores que as calçadas históricas da Bélgica.
Cidade mal sinalizada. Faltam placas para orientar turistas, Eu perguntei porque falo português, mas as coitadas das belgas iam ficar lá na Porteira do Sol procurando um castelo... Eles simplesmente assumem que você pensa como eles - por exemplo, onde há audios, ao invés de estar escrito English, Deutsh, Français, há bandeiras dos países, como se todo mundo que falasse francês conhecesse a bandeira da França (que eu nunca lembro se tem as listras na vertical ou na horizontal) etc...No ônibus havia dois botões e eu levei um tempo para entender qual era o do volume e qual era o de aúdio. Quando aos cardápios, há muitas opções que não estão lá escritas - aí você pregunta: não tem um café, ou um pastelzinho de nata? E eles dizem: tem. sim, não está aí, mas é só pedir que a gente trás. ?!?! Pelo sim, pelo não, antes de sentar, olhe bem nas vitrines e nos pratos dos outros (discretamente) para verificar o que eles servem.

Pontos positivos:
Os lisboetas são amáveis, hospitaleiros e prestativos. (apesar de não acharem necessário conhecer o trajeto do ônibus que dirigem)
A comida aqui é saborosa- tudo tem gosto bom.
Os preços são bons - comi no restaurante Portugália, muito bom, no belém, e o preço lá é quase o mesmo que nas ruas do Chiado. Então, não evite os restaurantes bons, você estará mais confortável pelo mesmo preço. Lembrancinhas e roupas tambem estáo a bom preço.
Aqui em Portugal as gorjetas não estão inclusas - diferente da França onde tudo é 'accompli' e eu tinha vontade de pedir de volta, tão mal eles atendem.

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