segunda-feira, 16 de junho de 2014

França - Alpes Marítimos - 2014



Esta região da França é quente, e o estilo de vida do Mediterrâneo está por toda parte: azeites, queijos, vinhos, varandas, barcos, e o mar maravilhoso, verdinho, verdinho, um ar luminoso que é impossível captar por fotos ou pinturas.


                                              

Muito do glamour que se imagina ter por aqui é ilusão, coisas de quem assiste muito cinema. O povo é simples, o acento é italiano, e tem o que eu chamo de cultura de praia: o cidadão que vem para a praia quer relaxar, esquecer das coisas sérias, ficar no 'dolce far niente', e, no processo, esquece as regras mais simples de respeito ao próximo - as motos passam pelas calçadas, os ônibus invadem as faixas de pedestres, os pedestres se impacientam e avançam pelas ruas antes do sinal ficar verde e por aí vai.

De um modo geral, as cidades aqui foram construídas em cima de um rochedo nas priscas eras, e hoje toda cidade tem o seu castelo lá no alto, um vale lindo embaixo e uma infinidade de pequenas lojinhas encantadoras.
De modo que, se na região do Loire o modelo era cidade com castelo sobre o rio, em Provence o modelo era cidade com castelo dentro do muro, aqui o modelo é cidade com castelo lá bem no alto, tá vendo? Lá... longe...

Nice

Palácio Massena - fica bem no centro da cidade velha, na praça de mesmo nome, é muito bonito, rico, sofisticado, não fica nada a dever aos castelo do vale do Loire em termos de conservação, tetos, esculturas, quadros, cortinas e outros detalhes arquitetônicos, porém ele tem, sobre os castelos do vale do Loire, duas diferenças no interior (no exterior, é óbvio, a diferença é que não está em cima de um rio):
1 - é gratuito.
2 - um milhão de turistas a menos.

                                 


Praças - bem gostosa é a praça Garibaldi, outras da cidade velha são a praça Garnier e a Praça do Palácio. Esta da foto é a
                                          Place Massena.

                             
Promenade des anglaises - é o calçadão da praia, e por ele vamos passando por locais outrora divinizados, como o Cassino, o Hotel Negresco, o Jardin des Verdures (que serve de palco para apresentações musicais e teatrais) e é o começo da Promenade du Paillon.
                                                 


Promenade du Paillon -  é uma grande passarela que atravessa a cidade velha e vai passando por lugares bonitos. Tem um parque aquático enorme, para adultos inclusive, fontes, um espaço para feiras, e um parque infantil temático bem fofinho, onde todos os brinquesos são feitos de madeira e imitam fauna marinha.

                                    

Jardin des enfants - é na rocha, tem um mirante bonito, e árvores bem lindas, para ir lá é uma caminhada meio longa, para se fazer pela manhã ou final de tarde.

Vieux Nice - são as ruas da cidade velha, com suas ruelas estreitas, algumas com escadarias, bem ensombreadas, fresquinhas para se caminhar ao abrigo do sol, sinuosas, e por onde abundam lojinhas, sorveterias, bares, casas de doces, restaurantes etc
Era o meu local diário de caminhada, pois começava a duas quadras de meu hotel e é bem mais agradável que andar ao sol.

Port - é bem antigo, a ciade se origina do porto, que durante os séculos pertenceu a povos diversos.

Parc de la Colline du Château - da praia, pode-se ver, lá no alto, uma bela cahoeira. Para grande alívio do turista, há um elevador, do tipo automático, que abre e fecha sozinho e pára de funcionar se alguém encosta nele. Há a opção de subir por íngremes degraus de pedra, para os masoquistas e claustrófobos. Lá em cima, há as ruínas de um castelo, um sítio arqueológico metade fechado, uma bela e refrescante cahoeira, um mirante maravilhoso e um grande jardim.

Museu Arqueológico de Nice - quando cheguei aqui, estava acontecendo uma jornada arqueológica, da qual eu participei gratuitamente com outros 50 turistas tão esquisitos como eu, do tipo que troca a praia por uma discussão sobre Otávio e sua luta contra os gauleses. :)

                          

Cimiez - é um sítio arqueolígico bem longíquo, no alto de uma colina onde também fica o Museu Matisse e uma igreja. O sítio contém ruínas de uma cidade romana da época de Otávio (aquele que rejeitou a Cleópatra) com uma arena e uma terma semi conservadas. A palestra com o arqueólogo foi show, havia dois, um especialista em pedras e outro especialista em cerâmica. Aprendemos que os habitantes gauleses da colina, que habitavam o Bosque Sagrado - o local ainda está lá, em frente à igrejinha - resistiram aos romanos, e o nome da tribo não consta da lista de cidades romanas pacificadas (bem como a tribo bretã do Asterxi :)
O nome desta cidade gaulesa era Cemenelum, ou Cimiez, como se diz hoje, e eles eram diferentes do povo que vivia embaixo da colina, da cidade de Nikaia, esses, sim, pacificados. de qualquer forma, Otávio fez um pacto com a tribo, e eles permitiram a construção da cidade lá em cima, desde que os romanos não destruíssem o bosque sagrado deles.
Tierra Amata - este outro sítio fica próximo ao porto, em uma colina. É um sítio ocupado há 400 mil anos por habitantes de uma cabana à beira mar, pois na época o mar estava a 26 m acima do nível atual. Esse sítio foi descoberto em 1958 quando a terra foi escavada para a construção de um prédio. Os arqueólogos exploraram o local, e o prédio foi construído em cima do sítio, que ainda existe, e é uma parte do museu - visita-se o sítio, pode-se ver os objetos e ossos achados lá, e há salas de aulas para as crianças que visitam o local e participam de muitas oficinas com trabalhos manuais bem interessantes. Uma réplica de como seria a cabana, e maquetes de como seria a vida naquela aldeola estão lá, ao lado de gráficos geológicos muito interessantes. (para mim a para o Ross, pelo menos :)
Cripta na praça Jacques Toja - uma sala de 2 mil m2 que foi descoberta em 2002 ao se escavarem o local para a passagem do monotrilho. Trata-se de um caminho que ligava a porta Pairolière a um forte do século XIV, e que foi encoberto por ordem de Luís XIV em 1706 e ficou completamente esquecido por 3 séculos.
Ora, para que ficar torrando na praia, se há lugares tão interessantes para ver, não é mesmo?

Cinema - fui várias vezes afinal, cinema francês atual a cinco euros não é todo dia que se encontra. Aqui o cinema não se come nem se bebe no cinema, nem existe lugar para vender doces ou refrescos. A vendedora sai do seu posto, senta no sofá da sala de espera e fica conversando com o público até cinco minutos antes da sessão, quando ela vai ao guichê e começa a vender os ingressos. Quando se entra na sala, o filme começa direto, sem propaganda, filme de segurança ou trailler. O cinema é palco de lançamento de livros, também, e quem sai da sessão se vê misturado a quem veio para o lançamento, se quiser participa do coquetel e pode até comprar o livro, claro. Sinta-se em casa. 


Praia - de pedrinhas, neca de areia. Do tipo dê 3 passos oeo a água está na sua cintura. Muito difícil de andar nesta praia, pouca gente se anima a entrar, e vi umas sapatilhas de mergulho à venda em algumas lojas. O fato é que, com a maioria dos turistas, simplesmente não funciona entrar na água pois não se sabe o que fazer com a mochila (sim, tem ladrão por aqui). O que se vê de gente sozinha, inclusive a mocidade, é de preocupar - sozinhos e sem nenhum interesse de se enturmar, como se fosse muito perigoso falar com estranhos. Estou em uma classe com 15 pessoas de nacionalidade diferente, ninguém se fala, e não continuidade a quem tenta puxar assunto. E o professor insiste: bem, vocês tem de falar uns com os outros, afinal não existe outro jeito de aprender a conversar senão conversando...

Monumentos variados - Opéra, igrejas, Forum.
Museus - entre eles o Chagall e o Matisse, além do de Arte Moderna (o que tem o monumento com uma cara quadrada, do sujeito que pensa dentro da caixinha). Para os admiradores do gênero.

Comidinhas locais:
Socca - parace uma panqueca em forma de pizza, relutei em comer e acabei ficando fã. Servida quente, com cebolinhas ou azeitonas, é muito bom.
Passaladière - é uma pizza de cebola, feita à moda de uma tal de Andréia, e de pizza ao jeito da andrea acabou virando pissaladière... Meio sem gracinha.
Torte de blettes - tem a doce e a salgada. Blette é uma verdura semelhante ao espinafre.
Merde de can - um ghocci feito com a mesma blette, portanto um gnocci verde...

                                 
Festas - aqui tem festa de tudo no verão: feira de livros nas praças, festa da música no dia 21 de junho (os moradores chamam de festa da barulheira); festivais de verão com peças teatrias, músicas clássica e moderna em vários palcos.


Mônaco

A cidade é construída em torno da figura do rei Alberto I.
Tudo gira em torno da memória deste soberano.

O Museu Oceanográfico e o Aquário - onde não há nenhuma foto ou menção à equipe do Jacques Cousteau. Há alguns livros infantis sobre a equipe dele na loja do museu. Fico pensando o que aconteceu para o pessoal de Monaco nem citar o nome dele, não tem uma rua, uma praça, uma estátua, como se ele não fosse nada...

                                 

O Jardim Exótico - de cactus, bem no alto da colina. Vista aérea da cidade.

                                            
Passeio de trenzinho - parte da frente do Museu Oceanográfico e leva a gente para os principais locais:
 Cassino Monte Carlo,
a fonte Mirabeau,
o porto,
o circuito de fórmula 1 (que são as ruas da cidade e não um autódromo),
a catedral,
a igreja de Santa Devota,
o Hotel de Paris e
o Palácio do Príncipe.



Ezy


 

Um amor de cidade, cheio de artistas e artisãos, com exposições de quadros e lojas sofisticadas vendendo griffes carésimas, como as do nosso Britto (ele mesmo, orgulho nacional). De rendas a quadros, você encontra de tudo. Uma festa para os olhos!
Para quem gosta de cactus, tem o Jardim Exótico, semelhante ao de Mônaco.
O cemitério deles está em um lugar alto e encantador, e lá fomos nós cemitério adentro...
Tem também um castelo particular, fechado a visitação, acredita?

                                                 

Obs:  - de Nice saem excursões de um dia para Ezy e Mônaco de uma só vez; fica meio corrido, eu gostei mais de fazer uma cidade por dia.
O inconveniente é que o trem para Mônaco e o ônibus para Ezy saem e voltam lotados. Imagino como deve ser no auge do verão...

domingo, 15 de junho de 2014

Turismo literário: O museu de Sherlock Holmes


221b Baker Street London NW1 6XE
consulting detective
1881-1904



História do museu:

O museu foi criado em 1990, no dia 27 de março.
Na verdade, 221B Baker Street nunca existiu, e presume-se que Conan Doyle escolheu aleatoriamente este número fictício. A rua corria de Norte para Sul iniciando a numeração desde o número 1 e terminando no 85. Quando os edifícios foram renumerados, em 1930, tornando a rua muito mais extensa, uma grande parte do bloco 200 foi atribuída a um edifício Art Deco, conhecido como Abbey House, construído em  1932 para a Abbey Road Building Society (mais tarde  Abbey National). Foram-lhe atribuídos os números 215-229, e foi ocupado pela sociedade até 2002. A morada torna-se assim real. Quase que imediatamente, a sociedade começou a receber cartas endereçadas a Sherlock Holmes de pessoas de todo o mundo. O volume era tal que acabou criando um "Secretariado para Sherlock Holmes" para organizar toda a correspondência.
Estas cartas hoje estão expostas na caixinha de entrada à direita de quem entra no vestíbulo.
Uma criada vestida à moda antiga o recepciona.




Este é um dos endereços mais conhecidos do mundo.

Milhares de pessoas se perguntam como o detetive vivia na era vitoriana. E este estilo de vida é aí reproduzido.
Os visitantes podem folhear revistas e jornais e apreciar fotografias e quadros da época.

                       

A casa foi registrada como imóvel em 1860 e 1934, estando, pois, sua autenticidade assegurada. É classificada na Categoria 2 por seu interesse especial no que concerne à arquitetura e à história, segundo o Governo de Sua Majestade.

                            

Segundo as descrições de Watson, diz o folheto do museu, a sala de visitas era iluminada por duas grandes janelas, e era pequena. Certa vez, Holmes saiu do quarto e deparou-se com um homem tão corpulento que ocupava praticamente todo o espaço, e de outra vez, atravessou de uma só passada a sala para fechar as cortinas. a peça ocupada por Watson ficava acima, ao lado dos aposentos de Mrs. Hudson, a empregada doméstica. 














O andar de baixo e ocupado por uma loja onde objetos diversos levam a marco do detetive.
E o andar de cima é ocupado por representações de suas histórias.

  referente ao conto O ritual de Musgrave.




             conto A liga dos cabeças vermelhas 






 Irene Adler (mulher admirada por Sherlock) e o rei da Boêmia, tendo nas mãos a carta reveladora, em O escândalo da Boêmia.





                                          

bibliographie: htpp://www.sherlock-holmes.co-uk 

Londres - 2014


                                         




Li em algum lugar que só há nevoeiro em Londres se você espera por um.
Verdade ou não, fiquei por lá durante 4 dias ensolarados e maravilhosos. Detalhe: fui fora de temporada, em maio.
Para quem não esperava muito de Londres, adorei cada minuto que passei lá.

Abaixo, uns ladrilhos em uma passagem perto do Tâmisa, alusivos à história do rio.






Ficamos em um hotel muito pequeno, emergencial, o Marble Arc Inn, porque resolvemos a data da viagem de última hora, a opção nem era ir para a Inglaterra, mas o vôo para Londres estava muito mais barato e compensava fazer uma pausa lá, antes de seguir de trem para o continente.
Hotel em Londres, como em outros países de cultura inglesa, tem no quarto uma chaleira elétrica, saquinhos de chá, adoçante, açucar e café. Comprei um bom chá inglês, porque o do nosso hotel era um chá de marca asiática muito ruim. Asiático???? O chá é de origem asiática, mas a marca do nosso hotel era bem ruinzinha. Não entendi mesmo.

Meu passeio preferido: Trafalgar Square, com todos aqueles teatros. Escolhemos na hora e pagamos com 30% de desconto pelo ingresso, para aquela mesma noite, O Fantasma da Ópera.
Amei cada momento, atores ótimos, música deliciosa, viajei na história.
Então, pode arriscar e comprar o ingresso por lá, se não for na época de férias européias, e ganhar um bom desconto para assistir a peça que quiser, no mesmo dia. Estava cheio de ingleses na fila fazendo exatamente isso: comprando com desconto.

 
Aí estou eu com Agatha Christie e o bardo, Shakespeare. Boa companhia, inspiradora.

Há cartazes de peças, estátuas de escritores, marcas nas calçadas, pequenos bares por toda parte. Ingleses são ótimos para fazer toda sorte de pãezinhos e biscoitos, mas tem restaurantes italianos para quem quiser comer outra coisa que não o 'fish and chips' deles.
Bem, é uma coisa curiosa, que na realidade me preocupa bastante, o fato é que eu não tenho a menor lembrança de onde ou o que comi em Londres. Esqueci completamente. Será que isso diz algo a respeito da culinária inglesa? Que estranho... sumiu de minha memória qualquer referência à comida na época em que eu fiquei por lá.


Meu ponto de interesse especial lá era O museu de Sherlock Holmes. Sim, 221 Baker Street.
A casa, como era usual na época, é um imóvel estreito de 4 andares, você vai subindo as escadas, há dois cômodos em cada andar, bem jeitoso. Deve ser delicioso morar em uma casa assim: você recebe as visitas na sua sala sempre arrumadinha a qualquer hora, leva-as para comer no andar de cima, onde outra pessoa pode cozinhar sossegada, isolada da visita, de pijamas, com as crianças, em confortável privacidade, seu escritório fica no terceiro andar com sua biblioteca, e no último o seu quarto, que pode ficar o dia todo bagunçado sem que ninguém veja. De quebra, sua saúde agradece, porque esse sobe e desce diário mantém seu corpo em dia. (mantém mesmo, eu moro há nos em prédio de 3 andares sem elevador; os idosos que moram em prédios com elevadores se acomodam e tem problemas de toda sorte bem mais cedo)
Quem organizou o museu colocou logo à entrada uma caixa de cartas: existem até os dias de hoje pessoas que escrevem ao detetive pedindo soluções para os seus problemas, eles colocam as cartas lá na caixinha de entrada, com selos de vários cantos do mundo, um mimo.
Nos dois andares superiores, estão dramatizadas algumas das mais conhecidas histórias do personagem, através de bonecos de personagens e de objetos, que, ao longo dos anos, foram usados por diversos grupos teatrais nos palcos londrinos e depois doados ao museu.
O detalhe legal é a janela do terceiro andar, onde você se percebe dentro dos livros, cada vez qu Sherlock fala que está vendo alguém do outro lado da rua, e descrevendo a pessoa para o seu amigo Watson: você realmente tem uma nítida visão do outro lado da calçada! Ah, eu curti, até sentei na poltrona em frente à lareira!



Adorei cada parque - os esquilos londrinos são chegados a cheirar a mão dos turistas, embora eu não ache uma boa idéia alimentar esquilos, e um deles simplesmente subiu pela perna da Fernanda acima! tireu um foto para registrar o momento, logo em seguida ele fugiu assustado.


 
Hide Park - imenso, andamos por lá todos os dias, cada dia seguindo um trajeto diferente.
Saint James Park - o meu preferido, tem a melhor visão do entorno: roda, palácio de Buckingham, o palácio de Saint James, e tem cisnes e laguinhos encantadores.

Como chegamos quase ao meio dia, o primeiro dia em Londres se resumiu a deixar as malas no hotel, e circular pelos arredores, olhar o Tâmisa, pegar um mapa da cidade e outro do metrô, e no final usar o GPS mesmo...olhar as diversas lojinhas com as graciosas lembrancinhas londrinas, e verificar que esse povo faz mesmo o culto à realeza.
Lembro de cada ônibus (é claro que andamos em um, e no segundo andar, só pela experiência) e de cada cabine telefônica, tão anacrônicas e tão simpáticas...
As cabines telefônicas são hoje usadas como pontos de wi-fi, aliás muitos locais, e os ônibus também, oferecem wi-fi gratuito, de forma que a gente vai redirecionando o sinal pelas ruas...entrei em uma das cabines para uma foto e achei lá dentro, pelo chão e pelas paredes, um montão de fotos de garotas de calendário, de forma que as cabines ainda estão em uso, sim...

Londres, para mim, foi como caminhar dentro de livros, e ir reconhecendo so cenários de Dickens, Conan Doyle, e outros. Embora cheios de História, não senti mal estar ao andar pelos castelos onde tanta gente foi torturada e morta. Acho que milhares de turistas a cada dia acabam renovando as energias dos lugares.

Os londrinos são realmente gentis - em cada escadaria de metrô sem elevador aparaceu um gentil rapaz para me ajudar com a mala, em cada esquina em que consultávamos um mapa apareceu um senhor gentil perguntando se queriamos alguma informação, cada guia foi bem humorado ao leve estilo inglês. Não vi os famosos chapeuzinhos femininos fora das chapelarias, contudo... mas os homens, sim, vi muitos com chapéus os mais estranhos.

Desisti da troca da guarda porque só ia perder meu tempo - eles faziam a troca às 11 da manhã, o que nos truncaria o dia, e o local está sempre lotado, mesmo fora da hora da guarda. Aliás,
O palácio de Buckingham me decepcionou - é menor do que me parecia nas fotos e filmes.



O palácio de Saint James - passavamos em frente a ele quando saíamos do hotel, tem uma bela fachada.

O palácio de Westminster com o sue simpático Big Ben (que som gostoso!) - os sinos originais não existem mais, e alguns antigos estão expostos para os turistas, mas o som dos sinos substitutos é bem sonoro e impactante.

 

A abadia de Westminster - é um dos mais belos edifícios que já visitei na vida, à parte o grande número de personagens históricos homenageados de alguma forma no local. Eu diria que é imperdível.




A Torre de Londres - a famosa ponte ligada a ela foi destruída, hoje existem duas pontes próximas, uma chamada de ponte da Torre e outra chamada de ponte de Londres. Lá estão em exibição as famosas Jóais da Coroa.
Lá também pude verificar a atuação da polícia inglesa. Embora seja proibido filmar, na minha frente ia uma mulher tirando fotos de tudo, às escondidas. Na saída, uma policial feminina bloqueou a passagem dela e solicitou a câmera, que ela negou ter. Aí eu me fiz de interessada em alguma coisa na vitrine ao lado só para ver como a conversa ia terminar Em resumo foi algo assim. em voz baixa, discreta e firme:
- A senhora foi filmada tirando fotos. Entregue a câmera ou iremos para a delegacia.
A mulher entregou a câmera.
- Existem regras bem rigorosas de que as jóias não devem ser filmadas. A senhor infringiu essas regras. Hoje eu vou verificar suas fotos e apagar todas as que foram tiradas aqui.
Após uns 2 minutos, a policial devolveu a máquina:
- Muito obrigada, pode continua a sua visita, e lembre-se de respeitar a lei.
Sem escândalo. Com classe. À inglesa.


Alguns brinquedinhos (educativos ?) expostos à venda para as criancinhas inglesas neste encantador local:





Museu Britânico - onde você percebe que os ingleses foram os maiores piratas do mundo. Nào me impressionou muito. O prédio em si é grandioso, ali começou a museologia, e não se engane: a Cleópatra deles não é a Cleópatra de César! Gostei de ver a pedra da Roseta, embora tenha certeza de que se trata de uma imitação. (tem uma pequena placa la explicando que é uma imitação)Um milhão de turistas a menos também deixaria a visita mais confortável.
 :)

Interessante foi ver muitas excursões escolares, e adolescentes com seus cadernos anotando frases e procurando pistas, como se em alguma gincana. Jeito maneiro de aprender História!

Há muitos museus em Londres, uns dez gratuitos, só que eu fui premiada com 4 dias ensolarados em Londres, e optei pelos passeios externos.

Ah, sim, a gente vê a Roda Gigante London Eye de cada canto do centro de Londres.



sábado, 14 de junho de 2014

Como organizar sua viagem - você, aposentado, viajando por conta própria.



Preparar uma viagem exige cuidadosa preparação, leitura e pesquisa. Vai manter você ocupado por dias e semanas, e pode ser bastante divertido. Hoje em dia, com internet, é fácil encontrar as informações. Quando comecei a organizar minha primeira viagem ainda era época do telefone com fio...
 Eu prefiro olhar primeiro os sites oficiais das cidades que me interessam, e os sites dos locais que me interessam; há quem procure por sites de viajantes primeiro. Há sempre, nesses sites, quem comente sobre os hotéis, os restaurantes, os meios de transportes, e toda sorte de experiência inusitada.

Preparar você mesmo sua viagem permite encontrar preços melhores, garimpar descontos, e direcionar sua viagem aos seus interesses e não ao interesse do seu agente de viagens ou da maioria do pessoal da excursão. (principalmente se você é um violinista na Bélgica e o grupo é de 'esportistas' levantadores de copo...)

Falando sobre interesses, vou citar alguns exemplos. Eu estava pesquisando Amsterdã, pensando na Anne Frank e em Spinoza, quando fui surpreendida pela pergunta: 'E aí, vai no bairro das p...?'
A continuação da conversa foi surreal: 'Spinoza??? ... holandês, é?...'
De outra feita, uma senhora me disse, falando da Córsega: 'querida, eu sou professora, vou todo ano para lá, mas é só pelas belezas naturais, nunca me interessei por museus ou locais históricos.'

Saber o que tem no lugar antes de chegar é fundamental. Se você for ao vale do Loire e descobrir que deixou de visitar aquele que serviu de modelo ao desenhista do Timtim, herói de sua infância, vai lamentar. Ou, como uma amiga minha, que quase deixou de visitar  a última morada de Leonardo da Vinci (não, não consta do livro dos castelos que você pode comprar em Arles), que se chama Clos Lucé, quando estava saindo de Amboise e descobriu por puro acaso, batendo os olhos em uma placa, que estava à meia hora de distância do local, que, para ela, tinha um significado especial. Talvez um agente de viagens encaminhasse você a outros castelos, na opinião dele mais bonitos, sem saber de seus interesses especificos. Eu, quando estive na região, optei por retirar de minha agenda um castelo de jardins maravilhosos, o Vilandry, justamente porque jardins são lindos quando o tempo está bom: peguei 4 dias implacáveis de chuva! Haja lama!

Primeiro: leia. Você pode ir a uma biblioteca e pedir livros de viagens, os guias da Folha são os meu preferidos. Se não dispuser de uma boa biblioteca por perto, peça aos amigos. Eu tenho vários guias de viagens em minha casa, onde moram 4 pares de pezinhos nômades, eles são uma mão na roda quando a gente está viajando - muito práticos, mapas excelentes, dicas de tudo: de condução, comida, telefones úteis... Umas duas semanas de leitura vão deixar você mais sabido, mais interessado e já meio por dentro.

Segundo: anote. Em sua agenda de papel, na agenda do telefone, em seu email, onde for, anote.
Nada mais chato que chegar em um lugar e não lembra o nome daquela casa de chocolate, o nome daquela cerveja, o endereço ou a data daquela atração especial. A gente esquece.

Terceiro: imprima.
Roteiros resumidos, mapas, endereços, datas, e tenha os impressos à mão. Hoje tem opção de comprar passagens sem necessidade de imprimir, a gente mostra a compra pelo visor do telefone para o cobrador (nem sei se é esse o nome) mas fico sempre intranquila, vai que acaba a bateria do telefone ou o arquivo seja apagado sem querer. Imprimo. Não custa muito.
Na Bélgica, os mapas eram vendidos a 50 centavos de euro, com todos os problemas possíveis: ruas faltando, seis línguas impressas umas por cima das outras, letrinhas minúsculas.

Quarto: GPS.
A mais útil invenção virtual para viajantes. Que cosia boa, não depender de perguntar a quem nào entende sua língua, ou pode querer enganar você, ou ser mal educado, enfim, GPS torna o vaijante totalmente independente e seguro, muito seguro. Quando aqueles complicados mapas parecem ter 3 lados esquerdos e a rua que você  procura está invisível, o GPS fala com você! Ótimo! E hoje a gente chega em Singapura e compra pacotes de 3 dias, na Europa compra pacotes de no minimo 10 dias, não precisa pagar um mes inteiro, paga só os dias que usar.

Quinto: chame um adolescente.
Filho mais jovem, neto, amigo do neto, não importa, Adolescentes ou adultos jovens são essenciais para ensinarem a procurar e a consertar os pequenos entraves destes aparelhinhos todos: telefones móveis, tabletes, notebooks, GPS ... Se puder levar um filho ou nete para viajar junto, perfeito! Você ganha companhia, alegria, e aprende um bocado com eles, além de poder exercitar a perdida arte da convivência entre gerações. Delícia total.

Condicionamento físico: prepare-se.
Eu ando todos dias, faço yoga, taichi, e quando moça fiz um monte de outras coisas, como natação, ciclismo, basquete. Se você não tem condicionamento físico comece a mexer-se uns 2 meses antes. Ou vai ficar com todas as síndromes do viajante: pés doloridos, torcicolos, falta de ar e sei lá mais o que... mesmo se via optar por viajar em excursão, às vezes as distâncias entre os estacionamentos e as atrações são cruéis, especialmente quando em campo aberto.

Itens fundamentais:
Chapéu (principalmente na Aestrália, terra do vento). Traje de banho. Guarda-chuva. Tesoura. Lanterna. Protetores de ouvido. Protetor solar.
Faça sua lista pessoal. Eu tirei de minha lista os tais travesseiros de pescoço, há quem goste. Uma farmacinha incluindo antipirético, analgésico, pomada para queimadura, um antialérgico.
Meus antialérgicos já tiraram uma pessoa da família de uma situação grave de picada de abelha.
É o tipo de coisa que você nunca usa, mas empresta para quem está junto, e pode ter certeza: se não levar, vai precisar! Por sim ou por não, eu levo.
E se você toma remédio de uso contínuo, do tipo que só o médico pode prescrever, leve a receita! A alfândega pode solicitar.

Gerenciamento do tempo
Não cronometro minhas viagens. Deixo em aberto tempo extra e planos alternativos. Assim posso ter à mão opções para chuvas torrenciais que me surpreendem naquele dia reservado para um passeio ao ar livre, ou posso trocar as visitas a lugares fechados quando um dia magnífico e ensolarado contraria as previsões meteorológicas que, acredite, estão longe de ser confiáveis. (por causa delas, minha capa de chuva e casaco entulham minha mochila por dias)
Às vezes, algum evento nos surpreende. Por exemplo, ao chegar a Nice, havia uma exposição de produtos italianos na Esplanada dos Ingleses, a aproveitei para experimentar deliciosos panetones, embutidos, biscoitos, mel, pegar uns livrinhos de receitas nas barracas de azeite, e aí já se foram vinte agradáveis minutos!
Principalmente viajando com crianças, ou filhos que gostem de esportes, sou generosa com o tempo extra. Cheguei em Pont de Gars achando que ia fotografar um viaduto mais u menos sem graça e sou surpreendida, em um dia incrivelmente quente, ensolarado, lindo (apesar da previsão de chuva), por uma praia fluvial encantadora, ladeada de jardins, com opção de alugar caiaques, barcos e bicicletas. Um lugar maravilhoso para se refrescar, brincar, dvertir-se à beça - as férias são para se divertir, e as crianças se lembrarão para sempre de uma surpresa dessas. Além disso, em Pont d Gars há outros entretenimentos, gratuitos, como um museu bonito e um cinema com cenas lindas do ocal. O trajeto do estacionamento ao aqueduto é longo, e se eu tivesse cronometrado apenas 15 minutos para a visita, iria voltar correndo após bater uma foto de longe. Não teria tempo de caminhar sobre a estrutura e a seu redor, procurar os melhores angulos para observar, perderia o sorvete (dizem que é o melhor da região) e nem veria as oliveiras ...


Conduções:

aí eu preciso de minha filha. Quem entende o mapa do metrô de Londres? Help!
os mapas na Bélgica mostram tudo misturado: ônibus, trens, metrôs, e, é claro, em holandês, e, como eu já desconfiava e meu professor de francês confirmou hoje, os belgas não escrevem em francês, e sim em um idioma francobelga.
É sempre melhor você se informar antes: já passei por situações ridiculas, em que o motorista não tinha a menor idéia de que a linha dele passava em frente do museu que eu procurava...são pessoas simples, afinal de contas, e uma vez vi uma cena tragicômica: o motorista não sabia onde estava indo, confessou que estava fazendo a linha pela primeira vez, e uma pessoa ficou ao lado dele explicando onde tinha de virar, acredite ou não! Entrar em um táxi e ouvir um 'onde fica isso?' pode deixar você em pânico mas já me aconteceu várias vezes; hoje em dia a gente liga o GPS e mostra ao motorista, afinal, a maioria deles é estrangeiro, tem um monte de indianos e árabes refugiados dirigindo táxis por este mundo afora sem ter a menor idéia de ondi fica Meca, se você me entende.

A civilizada Europa não tem rampas nem elevadores em várias de suas estações de trens e aeroportos. Pessoas com crianças de colo, bagagens ou cadeirantes que se virem. Na Bélgica, minha mala caiu escada abaixo, quando eu tentava me posicionar na escada rolante. Melhor levar malas médias e bem leves.

E os ônibus e metrôs que vão para as estações costumam circular lotados, então, com malas grandes ou muitas malas, é melhor pagar um táxi.
Na Austrália e Nova Zelândias eles tem as peruas, chamadas shutles, como as nossas vans.

Tuctucs estão presentes nas cidades européias também, são fresquinhos e bastante caros.

Porque eu prefiro andar a pé:
É mais barato.
É saudável.
Deixa você apreciar a beleza do local e eventualmente ser escalado por um esquilo no Saint James Park, em Londres.


Ou ver seu sanduíche voando no bico de uma gaivota sapeca ou de um lorriket...
Descobrir algo bem interessante no meio do caminho: uma estátua, uma loja, uma pessoa... já não aconteceu com você de encontrar uma amiga de infância que não via há anos, em pleno calcadão de Curitiba? É bem legal!

Trens:
deliciosos trens europeus - confortáveis, rápidos, em cada estação sobra tempo para pegar e descarregar as malas, sem correrias.
Atenção: muitos europeus fumam, e há vagões para fumantes. Verifique quando for comprar sua passagem, para não virar fumaça.
Pode comprar pela internet, ou pelo caixa automático na estação. Em Tours, levei um susto, quando o sistema saiu do ar, e as vendas de blhetes foram suspensas, com pedidos de desculpas dos vendedores. O trem chegou, entramos no vagão, e ninguém veio vender a passagem nos vagões, todos viajaram de graça!
Uma vez, no Canadá, também passei por uma situação semelhante no metrô, Quand há falha no sistema, eles abrem as portas das estações, os onibus integrados cobrem as catracas e todo mundo continua viajando, de graça, até o sistema voltar ao ar. Nada de ganância. Em primeiro lugar o conforto público. Isso é que é ser civilizado.


Banheiros:
Já vi de tudo: desde buracos no chão a salas cavadas em rocha.
As inúmeras possibilidades de desenhos nas portas dos banheiros dariam um estudo interessante.
Na Europa, os banheiros públicos são pagos, na maior parte das cidades onde estive. E não existe separação entre o gabinete para homem e o para mulher, às vezes ao tem um mesmo.
No Canadá existem buracos entre os batentes da porta, bastante inibitórios. Eu ficava na frente do vão para proteger a minha filha, e depois trocávamos.
Sempre levo uns lencinhos de bolso, para o caso de não haver papel, e aqueles secadores de mão não funcionarem.

  




Climatização:
Europa - eles tem ar quente mas não ar condicionado nem ventilador, na maioria dos lugares. (lojas, museus, conduções, estações, e mesmo casas) Prepare-se para abafar no verão.
Canadá: eles tem e usam aquecimento central em tudo, e, como é subsidiado pelo governo, colocam tudo bem quentinho. E você fica sem saber o que fazer com aquele grosso casaco que estava delicioso de usar lá fora...


Mochileira, excursão, aluguel de carro?
Aí depende de sua saúde, de seus objetivos, de sua reserva de dinheiro.

Na Europa, é bem prático alugar um carro, traga uma carta internacional ou traduza a sua (vale por seis meses). Há muitos lugares pequenos e próximos, difíceis de serem visitados por trens ou ônibus, As estradas são boas e o povo dirige muuuuuuuuuuito melhor que no Brasil! Mesmo em Nice, onde há motos, a cultura de praia é aquela festa: o povo passa quando dá e não quando o sinal está verde, as motos andam pelas calçadas, os ônibus param em cima das faixas de pedestres, mas como todo mundo anda devagar, dá pra conviver, na cultura do 'tous ensemble'.

Tous ensemble - uma gracinha de placa colocada nas portas dos muros de Avignon, acompanhada de desenhos de um homem, uma bicicleta, uma carro, e quer dizer isso mesmo: passa todo mundo pelo mesmo lugar.

Você pesquisa antes e verifica os preços: às vezes não há grande diferenças entre hotéis, bed & breakfasts ou hostels, o que quer que isso queira dizer. Outras vezes, por exemplo, em Cairns, onde fiquei para ver as Grande Barreira de Coral da Asutrália, a diferença era de 300 dólares a diária de um hotel ou 35 a de um Bed & Breakfast! Aí eu fiquei, em um quartinho sem banheiro, por uma noite, já que só ia mesmo dormir, e economizei os quase 250 dólares de diferença. Já na Tailândia, por 35 dólares fiquei em um quarto bem confortável, em Krabi, com banheiro e sala acoplada, geladeira, ar condicionado, em um hotel bem bonitinho ***. Ai não pensei em economia, não!

Outra vantagem de pesquisar por conta própria: as agências muitas vezes só vendem o caro. Quando fui ao Tahiti, não conseguia nada por menos de 340 dólares, ai passei a mão no telefone e comecei a telefonar para as pensões de família (familias taitianas que hospedam turistas). Fiquei em uma muito boa, Pension de la Plage, ao lado do Hotel Méridien. É claro que eu fui ao Hotel Méridien, eles têm jantar temático animados com danças locais, e aí descobri duas coisas interessantes:
Quartos - um quarto standard custa 120 dólares no Meridien, em um prédio em frente ao mar, bem confortável (acavei por passar uma noite extra lá). Isso nenhuma agência de viagem me contou.
Excursão - eu havia visto excursões por mais de 100 dólares, pela agência, e lá, no Hotel Méridien, vi anunciada a mesma excursão pelos mesmo 100 dólares. Eu havia marcado diretamente com a agência local, quando cheguei lá, com a ajuda do Pierre, o dono da Pensão de la Plage, que me orientou nos telefonemas, e paguei 35 dólares. Bem, na manhã seguinte, o carro da excursão passou pela pensão, me pegou, e em seguida, passou no Méridien e pegou os hóspedes do Méridien (aqueles que pagaram 100 dólares). Ou seja, era a mesma excursão! Os preços, no entanto, foram diferentes!

Se você não fala a língua do país, talvez a excursão seja mesmo melhor.
As excursões limitam seu tempo. Muito. Nada de aproveitar a praia, degustar o sorvete ao por do sol, é tudo na correria e de repente um dia livre em que você fica meio perdida...principalmente quando o dia livre cai na cidade que menos te interessa e não para voltar atrás ou seguir em frente...
Uma coisa muito útil nas excursões, quando você viaja sozinho, é que elas são uma indicação viva de onde estão as atrações. Muitas vezes, quando estávamos perdidas olhando um enigmático mapa, a Fernanda me saia com um 'vamos por ali' até que eu perguntei e caí de costas com  a estratégia da danadinha: 'Siga a excursão de velhinhos!' Nada como a criatividade da geração mais nova :) ...
E aí, a gente segue a excursão de velhinhos!
(não sei porque, só vi excursão de velhinhos, acho que da última geração que conseguiu se aposentar com um salário decente)

Mochileiro - só se aventura a mochilar se fizer o seu perfil:
Leve uma mala pequena, e confortável para carregar.
Gosto de andar.
Gosto de natureza, portanto, trilhas, passeios ao ar livre.
Tenho o hábito de andar todos os dias.
Não pretendia me encher de compras.

Em cidades grandes, como Paris, onde há tumulto, congestionamento, multidões, metrô lotado, esqueça a mochila. Economize um pouco e fique em bons hotéis, frequente bons restaurantes e pegue uma excursão de velhinhos - vai ficar protegido da turba urbana.



Um pouco de humor: Medicina do viajante.
Algumas doenças são comuns aos viajantes de todo o mundo, principalmente dos mochileiros de primeira viagem:

Síndrome do cabelo do viajante: não adianta shampoo; talvez burca ajude, se você aguentar usar no calor. O cabelo fica áspero, rebelde, o pente faz crec crec, se você insistir pode quebrar, e não há condicionador que resolva! Não se desespere, basta olhar para os lados, e ver todas aquelas senhoras elegantes saindo dos ônibus das excursões de velhinhas, e jovens bonitas com suas mochilinhas, todas descabeladinhas...relaxe, entre no clima.

Síndrome da pele do viajante ( variação lábio) - essa é mais séria. Você sai de um clima gelado e vai para outro com 20 graus a mais de temperatura, ou entra em uma cidade seca, e tudo racha. Comprei um batom de manteiga de karitê (de cacau também serve). Um creme hidratante ajuda.

Síndrome do pé do viajante (variação joelho, ou costas) - é o que acontece quando você se surpreende com dois dias ensolarados em Londres e resolve caminhar do seu hotel, próximo ao Tâmisa, até o palácio dBuckingham, passando pelo Hide Park, e daí até a Abadia de Westminster, prosseguir até a Baker Street, procurar pela Trafalgar Square, e descobre-se com bolhas em locais inusitados, como debaixo das unhas, nas laterais das solas dos pés, e dores variadas. Diz minha filha que existe um tal de 'gel de pé' - deve ser algum preparado com cânfora.  Quer saber, a paisagem compensa, e depois, sol em Londres?
Brincadeiras à parte, condiconamento físico é fundamental. 365 dias no ano.

Síndrome do torcicolo do viajante - (variação entorse)
É o que acontece com o admirador de castelos medievais e catedrais de todas as épocas. O turista fica olhando para cima procurando fotografar campanarios, obeliscos e torres, afinal, estas construções imensas tem detalhes incríveis, como gárgulas.
Por outro lado, as calçadas são históricas, ou seja, desniveladas, com buracos, escorregadias, e às vezes existem degraus, e nas ruelas sinuosas e estreitas, é fácil perder o equilíbrio.
Primeiro olhe, depois enfoque; tire os olhos do visor antes de mudar a posição dos pés; aquele passinho para trás pode virar um problemão, depois dos 2 primeiros tombos, você pega o jeito, se tiver sorte e não se machucar muito


Comida:
Hoje em dia tem programa de celular que avisa você da opinião dos outros turistas quanto aos restaurantes e bares próximos; se você usar o programa para dar sua nota ao lugar onde comeu, pode ser surpreendido por um desconto, como aconteceu conosco em um bar da Austrália.
Eu gosto de experimentar a comida local: comer soca em Nice, chocolate artesanal em Bruxelas, beber vinho francês na França, essas coisas.

Uma pesquisa nos sites de viajantes pode orientar você sobre a gastronomia local, e que tipos de restaurante procura: dos mais caros aos mais baratos.
Um prato de molle-frites em Bruxelas custava 32 euros me média, achei caro; em Provence o mesmo molle-frites custava em média 20 euros, e em Nice, achei por 11 euros.

Hoje tem muito turista em todo canto, tanto ricos como salariados, então, há muita opção para lanches rápidos, comida de rua, supermercado com comidas prontas para você levar a esquentar no quarto de hotel, e, é claro, restaurantes tradicionais, onde você paga mais caro, espera para ser servido e tem uma vista espetacular, sentado com todo conforto.

Escolha seu estilo. O importante é ser feliz.








quarta-feira, 11 de junho de 2014

Bélgica - primavera 2014


Paisagens que são verdadeiros quadros.

 Para mim, no entanto, essa foi uma viagem declaradamente gastronômica. Viva a gulodice!
Os melhores chocolates do mundo.
Cervejas deliciosasa.
Waffles saborosos. Há 3 tipos principais, coma todos. Os quadrados e secos são de Bruxelas, os ovalados e macios do país todo, e os redondos eles cortam ao meio e recheiam com algo salgado. Os de Bruxelas parecem churros e são bem gostosos só com açúcar e canela ou xarope de bordo; os macios pedem creme de leite, chocolate e frutas. Abuse, e depois caminha bastante.
Também tem umas lojas de biscoitos amanteigados, divinas e maravilhosas.

E, para quem gostar, trabalhos de renda muito belos.

 Saí do frio do Canadá e Londres para cair em um calor seco intenso (fiquei com os lábios rachados) Pegamos lindos dias de sol. O hotel Beausite era confortável, só estranhei a janela, que só abria 10 cm e ficava travada em um batente enviesado, como se eles quisessem impedir o hóspede de sair pela janela...um arzinho a mais naquele calor seria bemvindo!


 Bem, antes de falar sobre os locais, algumas considerações sobre a Bélgica. Esqueça os metrôs. Quando você consulta o GPS quase racha de rir: a pé 15 minutos, de metrô 15 minutos. Não é erro, não, é que os metrôs são acessados através de escadas e corredores tão longos, em zigzag, que a gente leva tanto tempo para chegar a estação quanto ir a pé direto para onde quer ir. GPS é fundamental, ou então um mapa impresso no Brasil antes de sair, ou um guia bom em português tipo aquele da Folha, bem ilustrado, com mapas geniais, porque: alguns mapas oferecidos no balcão turístico só mencionam as ruas principais, e você pensa que está mais perto do que está; as placas de rua estão em flamengo, algumas em alemào e poucas em francês; Aliás, cuidado com o idioma, os belgas falam um tal de flamengo alemão,diferente do flamengo holandês, e o francês escrito deles está para o francês da França como o português de Portugal para o portugês do Brasil, é facto e húmido, ora poispois.
Mapas e folhetos turísticos distribuídos nos escritórios de turismo estão em flamengo, e também as informações nas placas do museus; verdade que eles oferecem opções em outras seis línguas, o que significa que as letrinhas vão ficar difíceis de ler, ao menos que você tenha visão 20/20 ou leve uma lupa. outra opção interessante é aprender holandês antes de viajar, eu falo francês e não me ajudou em nada no que se refere a placas e mapas.
 Uma coisa realmente irritante é que os belgas falam francês com o turista e depois falam em holandês entre eles mesmos, aí a gente fica com a horrível impressão que eles estão aprontando alguma...
 As ruas cheiram a xixi, e não sei se a cerveja tem algo a ver com isso, o fato é que vimos 2 pessoas urinando em público: um homem de sapatos e camisa social que parou na virada de uma escada de metrô sem a menor cerimônia para usar o cantinho... e uma garota que me deixou chocada: domingo à tarde, no gramado da praça em frente ao Grand Palais, ou seja, gente para tudo quanto era lado, e a garota na maior sem cerimônia levanta a saia, agacha e faz ali mesmo, e o pessoal em volta nem se virou, como se fosse um comportamento normal...
 Outro detalhe é o piso dos centros históricos: cuidado com os pés, use um bom sapato. O calçamento é sinuoso, as pedras escorregadias, há muitos desníveis. Você está literalmente pisando em ruas seculares.



Este povo gosta muito de arte, principalmente as escolas mais recentes (que eu não curto muito). Tem museus para todo canto, e algumas esculturas bem impactantes pelas ruas, como essa de espelhos em frente ao mini mundo, preste atenção que vai me ver com Fernanda no reflexo, tirando a foto.


Bruxelas

Tinhamos pouco tempo, então não deu para ver tudo, mas escolhi um local especial:
 o museu Magritte (para fãs de carteirinha, evidentemente, e este é o meu caso). A casa de Magritte é esposta à visitação em alguns dias da semana, não a pudemos ver, mas passamos em frente e acabamos por acaso por passar em frente indo visitar um local pelo menos original:
o Cemitério Laeken - no guia turístico que peguei, li, surpresa, que este era " o mais charmoso cemitério da Europa, um lugar realmente romântico"! O lugar é bem bonito, tem vários túmulos de belgas famosos enterrados lá, em um dos túmulos uma cópia da estátua O Pensador de Rodin (ele fazia cópias das próprias estátuas, pelo que li). O ponto forte são as estátuas colocadas ao lado dos túmulos, muito originais e lindas, há mausoléus bem bonitos também.
 O Mannekin Pis - a estátua do menino fazendo xixi, com sua lenda, as roupas em que já o vestiram, a história da estátua, que foi roubada e substituída, e as brincadeiras - quando estivemos lá, reproduções do Mannekin Pis em tamanho gigante estavam na porta das lojas esportivas pintadas com as cores da bandeira belga e várias alusões à Copa do Mundo: óculos de bola de futebol, a bandeira do Brasil desenhada no peito...

  



As galerias de Saint Hubert - é um shopping relativamente moderno, cheio de lojas dos melhores chocolates, entre outras coisas! E rendas mil.

 a grande praça e o mirante

 a praça do Grand Palais

 a igreja Nossa Senhora du Sablon e o jardim em frente
 Atomiun - fica perto do mini mundo e é rodeado por diversos jardins, se quiser andar por eles, prepare-se.


Mini Europe- as miniaturas são miniaturas de Itu, a proporção é de 1/25 e perfeitas nos menores detalhes, haja Europa! Ainda vem que não fizeram um mini mundo ou ia faltar espaço... É lindo,pare para hidratar-se no caminho, e leve o folheto para ler em casa: no final ele tem informações diversas sobre a União Européia.


Visitamos um museu de Histórias em Quadrinhos bem interessante, com um monte de personagens lá deles mesmo, como o Timtim, ao lado dos mais famosos globais, e a parte do Asterix é maravilhosa! Amei o jogo de cadrez deles,os reis de um lado são César e a esposa, do outro o chefe gaulês com a esposa, os bispos são gladiadores contra Asterix e Obelix, as torres romanas contra os meniscos, os 'cavalos' são leões do laod romano e javalis no lado gaulês, e os peões são pequenas águias contra pequenos cachorrinhos (Ideafix) Uma gracinha! Tem diversos museus interessantes por lá, como o de instrumentos musicias, dependendo do seu interesse e tempo, confira.



 Frases escritas nas paredes do museu Magritte (palavras do pintor):

   Il n`y a pas de choix: pas d'art sans la vie.

 Le monde et son mystère ne se refait jamais, il n'est pas un modèle qu'il suffit de copier.

Être surréaliste, c'est bannir de l'esprit le 'déjà vu' et rechercher le pas encore vu.

Tout dans mes oeuvres est issu du sentiment de certitude que nous appartenons, en fait, à un univers énigmatique.

 La liberté, c'est la possibilité d'être et non l'obligation d'être. .... e muitas mais...



Bruges


Cidade medieval.
Os arredores são lindos, as casas por sobre as águas parecem um cenário de romance.
Há canais, e a cidade é conhecida como a Veneza do Norte. Opção de fazer passeios de barco.

Tem cerca de 49 lojas de chocolate...tá pra mim! Pesquise antes na internet, e vá direto para as que escolher. Aconselho a descartar aquelas que você encontra em outras cidades.
Meu chocolate preferido foi da Chocolic, um bombom recheado de Avocado, que é um tipo de licor com 40 ervas,imperdível. Fui pegando 4 ou 5 bombons de cada loja, passei pelas 6 que mais me agradaram, todas 'handmade' ou seja, artesanais.



Fomos ao Minniwaterlake e ao convento Beguinage.
A pé a gente vai vendo os detalhes, parando em pequenas pontes, explorando inusitados ângulos da paisagem, e comendo uns chocolatinhos, claro, impossível resistir!
Na cidade, vimos em uma cervejaria um boneco em tamanho natural muito bem feito, que tocava um sino e chamava as pessoas para conhecer a história da cerveja - o bar tem uma vitrine onde estão expostos copos e garrafas as mais variadas, centenas de garrafas, claro, será impossível experimentar todas as cervejas belgas, mas gostamos de uma sabor framboesa bem leve, tomei uma sabor cereja, e duas escuras bem gostosas. ah, nem pergunte o nome...claro, acompanhadas de fritas (que os belgas dizem ser invenção deles) ou um prato de queijo.



Bem, para 2 dias e meio, eu diria que fizemos muita coisa na Bélgica.
Até fiquei tentada a fazer um curos de chocolatier por lá... yumiiii...