quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Ginja de Obidos - Portugal




A região de Óbidos é habitada desde o Paleolítico, por aí passaram fenícios, romanos e mouros.
Após a criação de Portugal, foi oferecida como prenda de casamento de inúmeras rainhas portuguesas, ficando conhecida como Casa das Rainhas.
Óbidos foi muito avariada pelo terremoto de 1755.
Em foi palco de reuniões preparatórias da Revolta de 25 de abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, que, em 1974, derrubou a ditadura e instalou a democracia no país.




Licor feito de uma frutinha, uma espécie de cereja, Prunus cerasus, esta é a bebida da cidade, a ginja, servida em copinhos de chocolate amargo. Após beber, a pessoa come  o copinho.
Óbidos é uma cidade medieval. Embora não se possa visitar o castelo, que hoje é uma hospedaria, pode-se ver a paisagem magnífica do entorno do alto de suas muralhas, e passear pelas ruelas tortuosas e estreitas, entrevendo, de tempos em tempos, artistar paramentados com a indumentária da Idada Média fazendo cenas - costurando sapatos, oferecendo frutos da terra, cantando, discutindo etc

As lojas oferecem uma ampla variedade de produtos a artesanato muito belos - até mesmo o brasieiro Brito eu encontrei por lá!

De Lisboa vai-se a Óbidos com facilidade, passando pelo Convento de Batalha, que é outra atração imperdível, muito lindo.


Classificada como "cidade criativa" pela UNESCO.




A cerejinha na obra de Josepha de Obidos, pintora nascida em Sevilha que viveu e morreu em Óbidos, caso raro de mulher que se sobressaiu por seu talento artístico e foi reconhecida em vida.





sexta-feira, 29 de julho de 2016

a boa infância que se vive ainda nas montanhas do Canadá...

Meus oito anos


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!


Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!


Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!


Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!


Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!


................................


Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Casimiro de Abreu

quinta-feira, 19 de maio de 2016