domingo, 15 de junho de 2014

Londres - 2014


                                         




Li em algum lugar que só há nevoeiro em Londres se você espera por um.
Verdade ou não, fiquei por lá durante 4 dias ensolarados e maravilhosos. Detalhe: fui fora de temporada, em maio.
Para quem não esperava muito de Londres, adorei cada minuto que passei lá.

Abaixo, uns ladrilhos em uma passagem perto do Tâmisa, alusivos à história do rio.






Ficamos em um hotel muito pequeno, emergencial, o Marble Arc Inn, porque resolvemos a data da viagem de última hora, a opção nem era ir para a Inglaterra, mas o vôo para Londres estava muito mais barato e compensava fazer uma pausa lá, antes de seguir de trem para o continente.
Hotel em Londres, como em outros países de cultura inglesa, tem no quarto uma chaleira elétrica, saquinhos de chá, adoçante, açucar e café. Comprei um bom chá inglês, porque o do nosso hotel era um chá de marca asiática muito ruim. Asiático???? O chá é de origem asiática, mas a marca do nosso hotel era bem ruinzinha. Não entendi mesmo.

Meu passeio preferido: Trafalgar Square, com todos aqueles teatros. Escolhemos na hora e pagamos com 30% de desconto pelo ingresso, para aquela mesma noite, O Fantasma da Ópera.
Amei cada momento, atores ótimos, música deliciosa, viajei na história.
Então, pode arriscar e comprar o ingresso por lá, se não for na época de férias européias, e ganhar um bom desconto para assistir a peça que quiser, no mesmo dia. Estava cheio de ingleses na fila fazendo exatamente isso: comprando com desconto.

 
Aí estou eu com Agatha Christie e o bardo, Shakespeare. Boa companhia, inspiradora.

Há cartazes de peças, estátuas de escritores, marcas nas calçadas, pequenos bares por toda parte. Ingleses são ótimos para fazer toda sorte de pãezinhos e biscoitos, mas tem restaurantes italianos para quem quiser comer outra coisa que não o 'fish and chips' deles.
Bem, é uma coisa curiosa, que na realidade me preocupa bastante, o fato é que eu não tenho a menor lembrança de onde ou o que comi em Londres. Esqueci completamente. Será que isso diz algo a respeito da culinária inglesa? Que estranho... sumiu de minha memória qualquer referência à comida na época em que eu fiquei por lá.


Meu ponto de interesse especial lá era O museu de Sherlock Holmes. Sim, 221 Baker Street.
A casa, como era usual na época, é um imóvel estreito de 4 andares, você vai subindo as escadas, há dois cômodos em cada andar, bem jeitoso. Deve ser delicioso morar em uma casa assim: você recebe as visitas na sua sala sempre arrumadinha a qualquer hora, leva-as para comer no andar de cima, onde outra pessoa pode cozinhar sossegada, isolada da visita, de pijamas, com as crianças, em confortável privacidade, seu escritório fica no terceiro andar com sua biblioteca, e no último o seu quarto, que pode ficar o dia todo bagunçado sem que ninguém veja. De quebra, sua saúde agradece, porque esse sobe e desce diário mantém seu corpo em dia. (mantém mesmo, eu moro há nos em prédio de 3 andares sem elevador; os idosos que moram em prédios com elevadores se acomodam e tem problemas de toda sorte bem mais cedo)
Quem organizou o museu colocou logo à entrada uma caixa de cartas: existem até os dias de hoje pessoas que escrevem ao detetive pedindo soluções para os seus problemas, eles colocam as cartas lá na caixinha de entrada, com selos de vários cantos do mundo, um mimo.
Nos dois andares superiores, estão dramatizadas algumas das mais conhecidas histórias do personagem, através de bonecos de personagens e de objetos, que, ao longo dos anos, foram usados por diversos grupos teatrais nos palcos londrinos e depois doados ao museu.
O detalhe legal é a janela do terceiro andar, onde você se percebe dentro dos livros, cada vez qu Sherlock fala que está vendo alguém do outro lado da rua, e descrevendo a pessoa para o seu amigo Watson: você realmente tem uma nítida visão do outro lado da calçada! Ah, eu curti, até sentei na poltrona em frente à lareira!



Adorei cada parque - os esquilos londrinos são chegados a cheirar a mão dos turistas, embora eu não ache uma boa idéia alimentar esquilos, e um deles simplesmente subiu pela perna da Fernanda acima! tireu um foto para registrar o momento, logo em seguida ele fugiu assustado.


 
Hide Park - imenso, andamos por lá todos os dias, cada dia seguindo um trajeto diferente.
Saint James Park - o meu preferido, tem a melhor visão do entorno: roda, palácio de Buckingham, o palácio de Saint James, e tem cisnes e laguinhos encantadores.

Como chegamos quase ao meio dia, o primeiro dia em Londres se resumiu a deixar as malas no hotel, e circular pelos arredores, olhar o Tâmisa, pegar um mapa da cidade e outro do metrô, e no final usar o GPS mesmo...olhar as diversas lojinhas com as graciosas lembrancinhas londrinas, e verificar que esse povo faz mesmo o culto à realeza.
Lembro de cada ônibus (é claro que andamos em um, e no segundo andar, só pela experiência) e de cada cabine telefônica, tão anacrônicas e tão simpáticas...
As cabines telefônicas são hoje usadas como pontos de wi-fi, aliás muitos locais, e os ônibus também, oferecem wi-fi gratuito, de forma que a gente vai redirecionando o sinal pelas ruas...entrei em uma das cabines para uma foto e achei lá dentro, pelo chão e pelas paredes, um montão de fotos de garotas de calendário, de forma que as cabines ainda estão em uso, sim...

Londres, para mim, foi como caminhar dentro de livros, e ir reconhecendo so cenários de Dickens, Conan Doyle, e outros. Embora cheios de História, não senti mal estar ao andar pelos castelos onde tanta gente foi torturada e morta. Acho que milhares de turistas a cada dia acabam renovando as energias dos lugares.

Os londrinos são realmente gentis - em cada escadaria de metrô sem elevador aparaceu um gentil rapaz para me ajudar com a mala, em cada esquina em que consultávamos um mapa apareceu um senhor gentil perguntando se queriamos alguma informação, cada guia foi bem humorado ao leve estilo inglês. Não vi os famosos chapeuzinhos femininos fora das chapelarias, contudo... mas os homens, sim, vi muitos com chapéus os mais estranhos.

Desisti da troca da guarda porque só ia perder meu tempo - eles faziam a troca às 11 da manhã, o que nos truncaria o dia, e o local está sempre lotado, mesmo fora da hora da guarda. Aliás,
O palácio de Buckingham me decepcionou - é menor do que me parecia nas fotos e filmes.



O palácio de Saint James - passavamos em frente a ele quando saíamos do hotel, tem uma bela fachada.

O palácio de Westminster com o sue simpático Big Ben (que som gostoso!) - os sinos originais não existem mais, e alguns antigos estão expostos para os turistas, mas o som dos sinos substitutos é bem sonoro e impactante.

 

A abadia de Westminster - é um dos mais belos edifícios que já visitei na vida, à parte o grande número de personagens históricos homenageados de alguma forma no local. Eu diria que é imperdível.




A Torre de Londres - a famosa ponte ligada a ela foi destruída, hoje existem duas pontes próximas, uma chamada de ponte da Torre e outra chamada de ponte de Londres. Lá estão em exibição as famosas Jóais da Coroa.
Lá também pude verificar a atuação da polícia inglesa. Embora seja proibido filmar, na minha frente ia uma mulher tirando fotos de tudo, às escondidas. Na saída, uma policial feminina bloqueou a passagem dela e solicitou a câmera, que ela negou ter. Aí eu me fiz de interessada em alguma coisa na vitrine ao lado só para ver como a conversa ia terminar Em resumo foi algo assim. em voz baixa, discreta e firme:
- A senhora foi filmada tirando fotos. Entregue a câmera ou iremos para a delegacia.
A mulher entregou a câmera.
- Existem regras bem rigorosas de que as jóias não devem ser filmadas. A senhor infringiu essas regras. Hoje eu vou verificar suas fotos e apagar todas as que foram tiradas aqui.
Após uns 2 minutos, a policial devolveu a máquina:
- Muito obrigada, pode continua a sua visita, e lembre-se de respeitar a lei.
Sem escândalo. Com classe. À inglesa.


Alguns brinquedinhos (educativos ?) expostos à venda para as criancinhas inglesas neste encantador local:





Museu Britânico - onde você percebe que os ingleses foram os maiores piratas do mundo. Nào me impressionou muito. O prédio em si é grandioso, ali começou a museologia, e não se engane: a Cleópatra deles não é a Cleópatra de César! Gostei de ver a pedra da Roseta, embora tenha certeza de que se trata de uma imitação. (tem uma pequena placa la explicando que é uma imitação)Um milhão de turistas a menos também deixaria a visita mais confortável.
 :)

Interessante foi ver muitas excursões escolares, e adolescentes com seus cadernos anotando frases e procurando pistas, como se em alguma gincana. Jeito maneiro de aprender História!

Há muitos museus em Londres, uns dez gratuitos, só que eu fui premiada com 4 dias ensolarados em Londres, e optei pelos passeios externos.

Ah, sim, a gente vê a Roda Gigante London Eye de cada canto do centro de Londres.



Um comentário:

Luciana Ferreira disse...

Super adorei teu blog, Soninha