quinta-feira, 30 de março de 2017

Madeira Story Center - um pouco da história do arquipélago da Madeira

A 900 km ao sul de Potugal e a 700 km a oeste da África, o arquipélago da Madeira inclui  a ilha da Madeira, a ilha de Porto Santo, as Desertas e as Selvagens.
Sua origem é vulcânica, está sobre um "ponto quente" geológico, local de encontro entre duas placas tectônicas. Supõe-se que a primeira erupção aconteceu há 14 milhões de anos, originando Porto Santo, depois, há pouco mais de 5 milhões de anos, outra erupção originaou os diversos vulcões que deram origem às placas de basalto sobre as quais se formou a ilha principal.
Há sinais de ocupação da ilha na Idade do Bronze e na Idade Média, possivelmente por grupos de navegadores desgarrados que aí foram parar.
Gregos, romanos e mouros do norte da África tinham conhecimento da existência da ilha da Madeira.

Em 1418, o navegador João Gonçalves Zargo foi atingido por uma tempestade e desviado de sua rota até Porto Santo. Dali se avistavam nuvens mais adiante, e como os marinheiros supunham estar no limiar do mundo, diziam que estavam vendo os vapores que subiam do inferno. Em 1419, Zargo retornou para explorar o local e descobriu a ilha principal do arquipélago.

Durante os séculos XV e XVI houve um comércio intenso entre a ilha de Madeira e Flandres. Destacou-se o flamento Jean D'Esmerald, que arrendou terras e prosperou, recebendo de D. Manoel em 1511 o título nobiliário da casa real e o nome de João d'Esmeraldo.

Em 1508, Funchal foi elevada a cidade. A principal renda provinha da cana de açúcar. A seguir, a produção de vinho. Estabeleceu-se na ilha uma próspera feitoria (entreposto comercial).
A água de Madeira origina-se de nascentes naturais que ficaram armazenadas entre as cinzas vulcânicas. 

O agricultor genovês Rafael Catlaneo introduziu em 1580 o sistema de levadas - aquedutos ou canais murados que conduzem as águas para baixo. As primeiras eram projetos particulares e era preciso pagar aos proprietários para receber a água. Atualmente há outras, públicas, costeadas e mantidas pelo governo, de acesso a todos os habitantes da ilha. Construídas de início pelos escravos, em locias íngremes e perigosos, custaram muitas vidas; atualmente servem também de trilhas para passeios turísticos.
Também nessa época começou o sistema de socalços - terraços - como método de aproveitar melhor as encostas para plantio.
Por 60 anos a Madeira, bem como Portugal, ficou sob o domínio espanhol.
Em 1570 os jesuítas fundarma um colégio e um mosteiro. Introduziram as castas de uvas Sercial e Verdelho e produziram o famoso vinho "malvasia" (as cepas Malvasias são originárias da Grécia). Foram expulsos da ilha em 1760.
Em 1776, o vinho utilizado para brindar a declaração da independência americana foi o Madeira, tal era sua popularidade.
Difícil de ser abordada, devido aos fortes ventos e tempestades, os navios ancoravam ao largo e desembarcava-se em pequenos botes até a ilha. Foi construído um pilar como ideia de facilitar o desembarque das cargas, o Pilar de Banger, em 1798, um total fracasso, que ficou sendo utilizado como farol.

E, adivinhem quem também passou por aqui? Isso mesmo, ele, o capitão Cook! Em 1798, comprou 12 mil litros de vinho e desembarcou uma expedição para estudar a ilha durante sua estadia.
As navegações tinham um custo enorme, por iso era lógico aproveitá-las o melhor possível. Viajavam com Cook cientistas da Royal Society para observar o cruzamento de Vênus com o sol que ocorreria em 3 de junho de 1769, e além de astrônomos, havia a bordo também artistas e cientistas de vários ramos, que estudaram a flora e a fauna de Madeira.

Em 1803, três ribeiras transbordaram e inundaram a ilha, arrebentado parte do muro de defesa da cidade e provocando centenas de mortes. Muitos ficaram detidos nos andares superiores de suas casas. O engenheiro Reinaldo Oudinot foi chamado para organizar a canalização das ribeiras.
Isabella de França, em 1850, visitou a ilha e pintou diversas quarelas, encantada com a paisagem. Em seu diário, ela descreve o dia a dia de Madeira em todas as formas que lhe foi possível observar. Seus registors foram publicados com o título  Um romance madeirense.


Os bordados de Madeira - em 1889, época em que o trabalho era difícil, Elizabeth Phelps, filha de um mercador de vinhos, começou a vender seus trabalhos, a princípio em privado, depois através de exportações para a Inglaterra, Alemanha e America. A empreitada envolveu cerca de 2500 mulheres madeirenses e tornaram célebres os bordados da ilha.

A Madeira começou a modernizar-se. estabeleceram-se cabos (telegráficos) submarinos ligando o Brasil a Lisboa, através de Madeira e Cabo Verde.
Visitantes célebres:
Churchill - em 1950 passou férias na ilha, recuperando-se de uma gripe e pintando em Câmara dos Lobos.
Sissi, a princesa da Áustria - passou na ilha o inverno de 1860, visita até hoje lembrada.


Floresta de laurissilva - considerada patrimônio mundial pela UNESCO, originou-se no período terciário.


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